quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pesquisa do IPEA aponta otimismo nas famílias nortistas

INDICE DE EXPECTATIVAS DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS – RECORTE REGIONAL


Pesquisa domiciliar inédita do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizada em 3.810 domicílios distribuídos por 214 municípios em todas as unidades da federação, o Índice de Expectativas das Famílias (IEF) aponta que os brasileiros estão otimistas em relação à situação socioeconômica do País, com índice de 62,75 pontos em agosto (veja escala abaixo). A região Centro-Oeste apresenta a maior pontuação de otimismo das famílias em relação aos próximos 12 meses (68,14), enquanto a região Sudeste registra a menor (59,09), indicando grau de moderação para a situação socioeconômica nacional.

A pontuação do IEF para a situação socioeconômica brasileira resulta da combinação de cinco diferentes dimensões consideradas, a saber:

(i) a expectativa da família sobre a situação econômica nacional;

(ii) a percepção da família sobre a condição financeira passada e sua expectativa futura;

(iii) a expectativa da família sobre decisões de consumo;

(iv) a expectativa da família sobre o endividamento e condições de quitação de dívidas e contas atrasadas; e

(v) a expectativa da família sobre o mercado de trabalho, especialmente nos quesitos segurança na ocupação e sentimento futuro de melhora profissional.

O maior grau de confiança na melhora econômica do País ocorre entre aquelas famílias com maior rendimento, bem como para os mais jovens. No mesmo sentido, os que apresentam maior otimismo com a economia do País são os homens, os de ensino superior incompleto, os autodeclarados negros e aqueles que recebem algum benefício do governo.

As regiões Norte e Nordeste apresentam maior otimismo em relação ao comportamento da economia nacional com, respectivamente, 72% e 74% das famílias projetando melhores momentos para o País. Em contraste, nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, essa proporção atinge 50%, 48% e 51%, respectivamente.

O gráfico abaixo mostra que as expectativas das famílias sobre o futuro próximo é mais otimista no Norte, onde mais de 87% delas acreditam que estarão melhor contra apenas 4% dos domicílios que acreditam o contrário (pior). No caso da região Sudeste, a proporção de famílias que acreditam que estarão melhor é de 71%, contra 9% que antevêem piores momentos.

A região Nordeste é aquela em que o otimismo é maior, com 64% das famílias acreditando ser um bom momento para o consumo. Nas regiões Norte e Sul há mais famílias receosas em consumir do que otimistas (51% contra 47% e 49% contra 42%, respectivamente), conforme aponta o gráfico seguinte.

Perspectiva sobre o momento para consumir bens de consumo duráveis por região

Quanto ao grau de endividamento, 45% do conjunto das famílias brasileiras pesquisadas declararam não ter dívidas, ao passo que em comparação ao rendimento familiar mensal pouco mais de 11% das famílias responderam estar muito endividadas. Registra-se que há maior proporção de famílias sem dívidas no Nordeste e Centro-Oeste (53% e 55%, respectivamente), ao passo que na região Norte apenas 16% das famílias declararam não possuir dívidas (contra 42% que estão pouco endividadas).

A pesquisa revela também que aproximadamente 20% das famílias possuem alguma conta atrasada. Todavia, cerca de 60% dessas famílias crêem que conseguirão quitar essas contas total ou parcialmente no mês seguinte.

Analisando por regiões, 58% das famílias no Centro-Oeste acreditam que terão condições de quitar totalmente suas contas atrasadas. Por outro lado, no Norte e no Nordeste há uma maior proporção de domicílios cujas famílias não acreditam que terão condições de pagar suas contas vencidas (53% e 47%, respectivamente).

Os resultados apresentados denotam o grau de segurança no emprego: assim foi mais destacado no Centro-Oeste e no Sul, respectivamente, o que parece revelar que as regiões agrícolas com maior nível de inserção nos mercados nacional e mundial são as que oferecem mais segurança quanto à ocupação. O Nordeste, em contrapartida, é a região onde foi aferido o menor nível de segurança, que ainda assim, ultrapassa a barreira dos 70%. O Sudeste e o Norte são as regiões que, após o Nordeste, apresentam os menores níveis de segurança, mas em patamares equivalentes a cerca de ¾ dos ocupados, ou seja, três em cada quatro chefes de família dessas regiões se consideram seguros em suas ocupações.

Quando o foco da pergunta são os demais membros da família, cabe destacar que em 71,9% dos casos, todos os membros da família que trabalham se sentem seguros em suas ocupações. Um total de 5,3% dos respondentes afirmaram que algumas pessoas da família se sentem seguras em suas ocupações e 20% disseram que os membros do domicílio não se sentem seguros em relação às suas ocupações. Os demais não sabiam ou não responderam à questão. O gráfico seguinte apresenta os resultados discriminados por região geográfica do Brasil.

Confira a ánálise completa dos dados no site http://www.idesp.pa.gov.br/.

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