quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Técnicos discutem estudo sobre produtos florestais no Pará

A economia “invisível” dos produtos florestais não-madeireiros já conquistou o Brasil e os mercados internacionais

O mercado nacional absorve 62% da produção local e oferta em torno R$ 756 milhões com a venda de açaí na região do Tocantins, destaque entre os produtos florestais não-madeireiros extraídos do Pará. A informação faz parte do estudo “Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros”, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do Pará (Idesp), com apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA) e da Embrapa Amazônia Oriental. O projeto será tema de debate no “Diálogos sobre Desenvolvimento”, promovido pelo Idesp, que será realizado nesta quinta-feira, dia 16, das 9 às 12h, no auditório Costa Cavalcante, Edifício Sede do Banco da Amazônia. (15º Andar, Av. Presidente Vargas, 800)

O evento é direcionado a técnicos, pesquisadores e acadêmicos, com participação gratuita, para debater os avanços e desafios do mercado de produtos florestais não-madeireiros no Pará. Para o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade, a pesquisa será importante subsídio para políticas públicas voltadas para a valorização desses produtos. “Assim é possível pensar numa política produtiva que alie crescimento econômico e crescimento da renda média das populações que atuam no extrativismo”, afirma Trindade.

O estudo considera as cadeias de comercialização de PFNM nos dez municípios da região de integração do Tocantins - Abaetetuba, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Acará. Para a pesquisa foram realizadas análises socioeconômicas das cadeias de comercialização dos PFNM para as regiões de integração do Tocantins, com 34 PFNM encontrados e no Baixo Amazonas com e 35 PFNM. Coletaram-se também dados nas regiões do Guamá (31 PFNM); do Caetés (24 PFNM); do Xingu (62 PFNM) e do Marajó (ainda em andamento).

Resultados preliminares

Entre os produtos analisados, identificados na pesquisa, o campeão foi o açaí, responsável pela cifra de R$ 1,8 bilhão de renda total gerada (RBT) e circulada em toda a cadeia de comercialização desse produto. A produção no Tocantins provém tanto de açaizais nativos, quanto de áreas de manejo ou plantados. “Alguns problemas identificados foram a baixa capacidade de armazenagem e de transporte dos agentes envolvidos, falta capital de giro, falta de investimentos para melhorar a produção e aquisição de equipamentos e falta treinamento para os coletores e batedores de açaí sobre manipulação adequada do produto”, afirma Marli Mattos, coordenadora do Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação do Idesp, que coordena do projeto.

Ela explica que os setores que mais agregam são as 10 grandes agroindústrias de beneficiamento da polpa identificadas em municípios pólo do Estado: Castanhal, Tomé Açu, Santa Bárbara, Marituba, Benevides e Belém. Na escala local, o setor de beneficiamento também é responsável pela valorização dos PFNM, porém com centenas de pequenos estabelecimentos “batedores” de açaí, que atendem à demanda da população tocantina.

O secretário de Estado de Agricultura, Cássio Pereira, afirma que o açaí já é responsável por cerca de 90% do extrativismo paraense, portanto, é considerado o “gigante” entre os PFNM. “Os produtos florestais não-madeireiros têm sua importância no mercado e estudos como esses, do Idesp e Ideflor, desmistificam a percepção míope da sociedade sobre esses produtos”, diz o secretário.

Com o estudo foi possível verificar, ainda, que produtos como cacau e o palmito alcançaram os mercados nacional e internacional (23,61%), mas a comercialização externa ainda é minoria entre os PFNM. “Isso torna a economia local dependente desses mercados, sobretudo na definição dos preços”, analisa a pesquisadora do Idesp. Um total de 76% de valor agregado bruto dos produtos não-madeireiros ocorrem no Pará. “Essa é condição essencial para maior autonomia e indução de políticas para a verticalização das cadeias”, afirma Marli. Os resultados do estudo permitem identificar possibilidades produtivas locais e regionais, gargalos tecnológicos, necessidades de investimentos, regularização e especialização dos agentes locais e regionais. A pesquisa aponta também novos produtos, que não constam das estatísticas oficiais, ou que são subestimados no mercado.


“Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros”

Data: quinta-feira, dia 16

Horário: das 9 às 12h

Local: auditório Costa Cavalcante, Edifício Sede do Banco da Amazônia. (15º Andar, Av. Presidente Vargas, 800)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Idesp divulga dados sobre PIB Municipal nesta sexta-feira (10)

A entidade lança ainda publicação com análises do PIB nos municípios na última década


Os municípios que obtiveram os maiores PIB per capita do Pará, em 2008, foram Canaã dos Carajás (R$48.639); Parauapebas (R$ 45.225); Barcarena (R$ 42.937); Tucuruí (R$ 27.564) e Marabá (R$ 17.974), todos com valores bem acima da média do PIB per capita do Estado (R$ 7.993). O levantamento geral do comportamento do PIB nos 143 municípios paraenses será apresentado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) esta sexta-feira, dia 10, às 10h, na sede da entidade, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os resultados do Produto Interno Bruto (PIB). O Idesp fará ainda o lançamento da publicação “10 anos do PIB Municipal – série 1999 – 2008”, fazendo uma retrospecti9va sobre o comportamento do PIB paraense na última década, com análise por município.

“Com esta divulgação, o IDESP atende à demanda de agentes econômicos públicos e privados da sociedade e dos formuladores de políticas públicas por dados que contribuam para estudos e análises setoriais fundamentais para o planejamento e avaliação de políticas regionais e municipais”, afirma o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade.

A metodologia do cálculo do PIB municipal é desenvolvida pelo IBGE e pelos órgãos de Estatística e Secretarias de Planejamento Estaduais. Os técnicos do Idesp elaboraram e analisaram os resultados para o ano de 2008, pelas regiões de integração e com desagregação municipal. A metodologia consiste na distribuição pelos Municípios do Valor Adicionado (VA) das principais atividades econômicas calculadas para o PIB Estadual (Agropecuária, Indústria e Serviços). É um processo descendente de repartição, dos Municípios, em sub-setores que constituem o VA do Estado do Pará.

Na divulgação será possível conhecer o perfil dos maiores participações do PIB do Estado, sendo que nestes municípios estão localizadas importantes indústrias minerais na extração de cobre, ferro e bauxita, e na indústria de transformação, com produção de alumínio e alumina, além da Hidrelétrica de Tucuruí.

Ranking dos Maiores PIB Per Capita a preços de mercado corrente dos Municípios do Estado do Pará 2008.


1º Canaã dos Carajás 48.639 6º Oriximiná 16.982

2º Parauapebas 45.225 7º Almeirim 15.325

3º Barcarena 42.937 8º Benevides 11.337

4º Tucuruí 27.564 9º Ourilândia do Norte 11.146

5º Marabá 17.974 10º Belém 10.755
Fonte: Idesp/IBGE. Elaboração: Idesp.

Serão divulgados dados também sobre os municípios com menor PIB per capita, como Jacareacanga (0,12%); Curralinho (0,09%); Faro (0,06%); Bagre (0,07%); e Primavera (0,04%). Estes municípios apresentam como predominância o setor de Serviços, tendo a administração pública como seu principal destaque.

Ranking dos Menores PIB Per Capita a Preço de Mercado Corrente dos Municípios do Estado do Pará – 2008.

143º Jacareacanga 1.721 138º Primavera 2.220

142º Curralinho 1.900 137º Muaná 2.225

141º Faro 1.928 136º Nova Esperança do Piriá 2.254

140º Bagre 2.092 135º São Sebastião da Boa Vista 2.276

139º Anajás 2.106 134º Terra Alta 2.330
Fonte: Idesp/IBGE. Elaboração: Idesp.

Pela análise dos pesquisadores do Idesp também será possível conhecer os setores que mais se destacaram de acordo com os perfis dos municípios paraenses, com o objetivo de fornecer subsídios para a implantação de políticas públicas condizentes com as realidades locais.

Divulgação do PIB Municipal

Data: 10/12/2010

Horário: 10 horas

Local: Auditório do Idesp – rua Municipalidade, 1.461, Umarizal – prédio anexo ao Sebrae.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Idesp apresenta resultados em "Diálogos sobre Desenvolvimento"


Apresentação de relatório Idesp.
 O Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) apresentou relatório com atividades desenvolvidas desde a sua recriação (2008-2010) no ciclo de debates "Diálogos sobre Desenvovimento", realizado nesta sexta-feira, dia 3, no auditório do Idesp. Entidades parceiras estiveram representadas no evento, entre elas a UFPA, UEPA, Sebrae, IFPADefensoria Pública, Dieese e Prefeitura Municipal de Belém.

Confira, na íntegra, o artigo do atual presidente do Idesp, José Raimundo Trindade, sobre a atuação do instituto:

O IDESP E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DO PARÁ


Por José Raimundo Trindade (Presidente do Idesp e Professor da UFPA)



“Uma flor nasceu na rua!...

Façam completo silêncio, paralisem os negócios,

garanto que uma flor nasceu.” (Carlos Drummond)



Em primeiro de agosto de 2007 era publicada a lei n° 7.030, na qual a governadora Ana Júlia sancionava o ato de criação ou restabelecimento do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP) com a finalidade expressa de “oferecer à sociedade e ao governo elementos para a solução dos problemas e desafios do desenvolvimento do Estado do Pará”.

Aquela altura a recriação do Idesp se identificava com dois aspectos de grande importância: i) a retomada do processo de planejamento do desenvolvimento e, ii) a responsabilidade institucional com a oferta para a sociedade paraense de informações úteis ao estabelecimento de políticas públicas e, também, ao uso privado e social em geral. Com o encerramento do atual ciclo governamental, cabe disponibilizar à sociedade balanço das realizações e avaliação da importância da continuidade institucional e desenvolvimento das atividades do Idesp.

Como é de conhecimento geral, em 1998 o Idesp foi extinto. Os fatores que levaram a esta decisão nunca foram totalmente esclarecidos, porém a referida decisão parecia seguir a percepção do enxugamento da máquina pública enquanto parte de um pretenso esforço fiscal de redução dos gastos com custeio, ou seja, aqueles referentes a manutenção da máquina pública pura e simplesmente.

Há de se indagar quanto a aspectos vinculados a perda de “expertise” quanto ao planejamento voltado ao desenvolvimento, ou mesmo, o desmonte da estrutura de acompanhamento dos fenômenos conjunturais, alguns bastante importantes como as taxas de desemprego e custo de vida, ou acompanhamento de dados estruturais como a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

O Pará mudou muito nestes últimos 16 anos, tivemos alterações demográficas significativas, sendo que nossa população passou de 6,19 milhões para 7,58 milhões, segundo dados dos censos respectivamente de 2000 e 2010, o que nos colocou uma taxa média de crescimento demográfico da ordem de 2,05% e entre 2007 e 2010 a taxa se eleva para 2,41%. Do mesmo modo, o Pará foi um dos estados da federação que mais cresceu economicamente, expandido o PIB a uma taxa média nos últimos três anos da série (2006/2008) em aproximadamente 4.7%. Entretanto, em função das relações econômicas desiguais e muito concentradas no segmento exportador, das condições tributárias desfavoráveis (desoneração total na exportação de semi-elaborados), o quadro de pouca evolução do PIB per capita e os elevados níveis de pobreza absoluta ainda nos colocam somente no início da trajetória de ruptura com o subdesenvolvimento.

Cumpre ao Idesp o papel de construtor de soluções, agindo em conjunto com os demais órgão de planejamento na construção de políticas públicas estruturais ao desenvolvimento paraense, que nos possibilite romper o “círculo de ferro da pobreza” como pensavam, aliás, Ignácio Rangel, Caio Prado e Celso Furtado, entre outros pensadores, que conceberam a percepção de desenvolvimentismo enquanto prática estrutural para superação da pobreza e da dependência econômica, social e cultural da sociedade brasileira.



O primeiro passo de efetivação de uma política pública diz respeito a medição da efetividade da mesma no equacionamento de um determinado problema público, especialmente buscando qualificar e quantificar o público alvo, justificando sob o ponto de vista da melhoria da qualidade de vida e do uso mais probo a aplicação de um certo gasto público. Neste aspecto o Idesp tem muito a oferecer para o governo e sociedade paraense, seja atuando junto a SEPOF e demais órgãos na concepção das referidas políticas públicas, seja elegendo políticas já existentes para acompanhamento e construção de indicadores de desenvolvimento das políticas públicas.



A eficiência e a eficácia das políticas públicas são conceitos irmãos, porém com abrangências e condicionantes distintos. A eficiência refere-se ao impacto potencial da aplicação daquela política vis-à-vis os custos envolvidos. A eficácia, por sua vez, relaciona-se ao impacto efetivo vis-à-vis os gastos realizados. O Idesp pode atuar nas duas pontas: dimensionando impactos potenciais com a melhor relação de gastos públicos em relação aos serviços ofertados a população e; no acompanhamento dos impactos efetivos desses serviços sobre a melhoria da qualidade de vida da nossa população.



O Idesp buscou neste últimos três anos consolidar sua vocação de instituição articuladora pelo desenvolvimento. Assim efetivamos três instrumentos centrais:

i) Os convênios firmados com diferentes instituições, possibilitando troca de experiências, formação de quadros e desenvolvimento de massa critica necessária a compreensão e ação sobre a realidade paraense. Vale fazer breve ponderação: o Idesp enquanto instituição jovem necessita muito interagir e trabalhar com organismos estaduais e federais; públicos, privados e não-governamentais mais maduros, foi assim que firmamos convênios com o DIEESE, CORECON, UFPA, UEPA, SINDUSCON, SEBRAE etc.



ii) Os “Diálogos sobre o Desenvolvimento”, tanto na forma presencial, com debates públicos com a participação de inúmeros atores sociais e agentes institucionais; quanto na forma virtual através do blog homônimo. Os “Diálogos sobre o Desenvolvimento” cumprem papel importante na construção de uma “cultura” do desenvolvimento no Pará, trazendo os distintos atores sociais e a sociedade ao debate necessário quanto aos rumos e forma de construção do futuro paraense.



iii) O SIE (Serviço de Informação do Estado) enquanto ferramenta desenvolvida pelo Idesp, envolve amplo arranjo institucional, firmado a partir de protocolos e convênios estabelecidos. As fontes de dados primariamente utilizadas foram fontes federais, órgãos com experiência em sistemas de informações, com um grande volume, bastante detalhadas e com séries temporais consideráveis. Têm-se garantido protocolos de disponibilização dos dados com essas principais instituições, ao mesmo tempo em que a capacidade evolutiva do SIE possibilita novas parcerias.



As respostas do Idesp ao longo dos últimos três anos de existência foram muito efetivas e úteis a sociedade paraense. Vale citar aqui duas pesquisas, entre as inúmeras desenvolvidas, a referente aos “Produtos Florestais Não-Madereiros” e a de acompanhamento e análise da PNAD. Por outro, o desenvolvimento de uma ferramenta possante como o Serviço de Informação do Estado, nos possibilita afirmar que o Idesp cumpriu positivamente nestes três anos de criação sua etapa juvenil, fazendo-se necessário agora consolidá-lo e estabelecer sua trajetória de futuro.



O Idesp agora entra numa nova fase. Os elementos de jovialidade continuam, temos que nos aproveitar da capacidade motivadora para consolidar a instituição. A realização do concurso, com edital a ser publicado proximamente e provável realização do mesmo no primeiro semestre de 2011, irá dotá-lo de corpo funcional próprio. O maior desafio do Idesp passa a ser se consolidar enquanto principal instituição articuladora da capacidade de planejamento para o desenvolvimento do Estado do Pará. Esperamos que o futuro governo saiba bem utilizar esta importante ferramenta para o planejamento do desenvolvimento do Pará.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Idesp: Planejamento para o Desenvolvimento do Estado do Pará

O Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará é uma autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Governo, com a finalidade expressa de “realizar pesquisas e estudos socioeconômicos, sociais e ambientais, disseminando o conhecimento resultante, para a geração de subsídios técnicos na formulação, execução, monitoramento e avaliação das políticas públicas”.

O objetivo está descrito na Lei Estadual Nº 7.030, de 30 de julho de 2007, que conservou a sigla Idesp em memória do Instituto que, extinto em 1999 após três décadas de existência, representou um patrimônio intelectual para a região e uma referência nacional em questões amazônicas. O Instituto foi recriado forma de Autarquia, dotada de autonomia administrativa e financeira, com sede em Belém, vinculado à Secretaria de Estado de Governo (SEGOV).

O Idesp passou a ser o órgão da estrutura do governo estadual responsável pela geração de conhecimentos e de informações, a partir da análise de indicadores econômicos, sociais e ambientais, com vistas à disponibilização de elementos construtivos para as políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do Estado do Pará, tendo como centros a melhoria da qualidade de vida da população paraense, a distribuição de renda e a inclusão educacional e tecnológica.

Tem por finalidade entender a complexidade de um dos estados mais diversos da federação e realizar pesquisas e estudos nas áreas socioeconômica e ambiental, a fim de apoiar tecnicamente a formulação, a execução, o monitoramento e a avaliação das políticas públicas, planos e programas de desenvolvimento.

O Idesp realiza parcerias interinstitucionais, com entidades de pesquisa paraenses e de diversos estados do País, como forma de compreender de forma detalhada o cenário de constantes mudanças do Pará. Entre os principais parceiros, de diferentes órgãos estaduais e federais nos seus projetos de pesquisa, como: Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), Universidade do Estado do Pará (UEPA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Amazônia Oriental), Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Secretaria de Agricultura do Pará (SAGRI), Federação de Indústria do Estado do Pará (FIEPA), Federação de Agricultura do Estado do Pará (FAEPA), Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA), entre outros.

Os dados são disponibilizados à sociedade por meio do Serviço de Informação do Estado (SIE), que se utiliza de estatísticas, recursos visuais de informações espaciais e análises de especialistas para democratizar a informação sobre o Estado. O acesso, disponibilizado na internet, pretende ser uma ferramenta de pesquisa de múltipla finalidade, como subsídio de informações para estudantes, instituições de ensino e veículos de comunicação, assim como para apoio às políticas públicas do Estado e dos municípios. Nesse sentido, as informações poderão ser utilizadas para planejamento de ações e levantamento de indicativos relacionados a áreas que necessitam de intervenção do poder público, como, por exemplo, o Zoneamento Ecológico Econômico do Pará. No serviço, as informações são distribuídas a partir dos municípios, em microrregião, mesorregião e região de integração, e ainda são detalhadas por assunto.

O instituto realiza eventos, debates, participações em feiras científicas como forma de ampliar a rede de informação e o diálogo sobre o desenvolvimento paraense. Como gerador de conhecimento, o Idesp busca oferecer à sociedade, e ao governo, contribuições para a solução de problemas e desafios impostos ao desenvolvimento econômico, social e ambiental, demonstrando o compromisso do Estado com uma nova política de gestão pública, pautada no planejamento das ações estratégicas e no saber científico.

Do mesmo modo participa de um amplo esforço de articulação institucional, construindo-se espaços de debate e interação entre os diferentes atores do desenvolvimento estadual. Esse conjunto de esforços requer um tipo de instituição específica que promova a produção e sistematização de informações e conhecimento que propicie a definição de estratégias de ação para construção do futuro. O Idesp tem como perspectiva articular a capacidade reflexiva de atores do governo e da sociedade civil, compondo a rede de agentes que ofertam e analisam dados e informações necessárias ao planejamento estratégico paraense e a construção do nosso futuro.

Parte da missão institucional do Idesp, portanto, é gerar conhecimento e massa crítica para o debate público sobre o planejamento governamental, algo necessário para que possamos construir um novo ciclo de crescimento econômico no Pará, centrado na agregação e repartição de riqueza que eleve a qualidade de vida e os indicadores de desenvolvimento humano locais, objetivo tenazmente perseguido pela atual gestão governamental.

Confira a entrevista com o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade:

1. Qual o papel do Idesp na formulação de políticas públicas?


Historicamente as instituições constituídas com o objetivo de planejamento de longo prazo se envolvem na formulação de políticas públicas nas três fases necessárias: a de construção das políticas, estabelecendo os componentes necessários a implementação das mesmas; na fase de acompanhamento, construindo indicadores referentes à efetividade e, por último, na construção de indicadores referentes à medição da eficiência e eficácia, propondo possíveis ajustes necessários.

O primeiro passo de efetivação de uma política pública diz respeito ao medir a efetividade da mesma no equacionamento de um determinado problema público. Isso, especialmente, buscando qualificar e quantificar o público alvo, justificando sob o ponto de vista da melhoria da qualidade de vida e do uso mais probo à aplicação de um certo gasto público. Neste aspecto, o Idesp tem muito a oferecer ao governo e à sociedade paraense, seja atuando junto à SEPOF e demais órgãos na concepção das referidas políticas públicas, seja elegendo políticas já existentes para acompanhamento e construção de indicadores de desenvolvimento das políticas públicas.

A eficiência e a eficácia das políticas públicas são conceitos irmãos, porém com abrangências e condicionantes distintos. A eficiência refere-se ao impacto potencial da aplicação daquela política vis-à-vis os custos envolvidos. A eficácia, por sua vez, relaciona-se ao impacto efetivo vis-à-vis os gastos realizados. O Idesp pode atuar nas duas pontas, dimensionando impactos potenciais com a melhor relação de gastos e no acompanhamento dos impactos efetivos.

2. O Estado apresentou crescimento socioeconômico nos últimos anos. Qual o papel das entidades de pesquisa nesse contexto?

O Pará foi um dos estados da federação que mais cresceu efetivamente, expandido o PIB a uma taxa média nos últimos três anos da série (2006/2008) de aproximadamente 4.7%. Entretanto, em função das relações econômicas desiguais e muito concentradas no segmento exportador, das condições tributárias desfavoráveis (desoneração total na exportação de semi-elaborados), o quadro de pouca evolução do PIB per capita ainda nos coloca sérias ações a serem cumpridas.

Assim, as Instituições de pesquisa têm tarefas de grande responsabilidade neste quadro. Uma delas diz respeito à construção de diagnóstico muito qualificado desta realidade, algo que permite a ação planejadora dos entes públicos e privados. Por outro, o oferecimento de soluções inovadoras é outro ponto central: o papel de construir “trajetórias de soluções” em acordo com os interesses da população e o desenvolvimento de técnicas e processos produtivos mais eficientes constitui papel importante das instituições de pesquisa.

Portanto, o papel de construtor de soluções, agindo em conjunto com os demais órgãos de planejamento estabelece a grande importância das entidades de pesquisa na definitiva ruptura do “círculo de pobreza” como pensava, aliás, Myrdal, Celso Furtado, Hishman, entre outros que conceberam a percepção de desenvolvimentismos enquanto prática estrutural para superação da pobreza e da dependência econômica, social e cultural da sociedade brasileira.

3. O Idesp foi recriado em 2008, em uma nova realidade paraense. Como a entidade buscou se ajustar aos avanços, sobretudo na área de pesquisa?

A recriação do Idesp foi uma das atitudes mais corajosas e importantes do governo atual. O entendimento de que somente elegendo um projeto estrutural de alteração da realidade econômica e social do Pará é que poderemos efetivamente romper com os indicadores que historicamente nos acompanham, principalmente a pobreza absoluta e os péssimos números referentes à educação. Assim, a governadora Ana Júlia estabeleceu uma agenda que reconstitui os órgãos de planejamento e desenvolvimento (Idesp, Sedect, Ideflor, entre outros). As respostas do Idesp foram muito efetivas e úteis a sociedade paraense. Vale citar aqui, duas pesquisas entre as inúmeras desenvolvidas, a referente aos “Produtos Florestais Não- Madereiros” e a de acompanhamento e análise da PNAD. Por outro, o desenvolvimento de uma ferramenta possante como o SIE nos possibilita afirmar que o Idesp cumpriu positivamente nestes três anos de criação sua etapa juvenil, fazendo-se necessário agora consolidá-lo e estabelecer sua trajetória de futuro.

4. Como tem sido o relacionamento interinstitucional do Idesp?

O Idesp buscou neste últimos dois anos consolidar sua vocação de instituição articuladora pelo desenvolvimento. Assim tivemos três instrumentos centrais para tal:

i) Os convênios firmadas com diferentes instituições, de distintas esferas públicas e privadas, possibilitando troca de experiências, formação de quadros e desenvolvimento de massa crítica necessária à compreensão e ação sobre a realidade paraense. Vale fazer breve ponderação: o Idesp enquanto instituição jovem necessita muito interagir e trabalhar com organismos estaduais e federais; públicos, privados e não-governamentais mais maduros, foi assim que firmamos convênios com o DIEESE, CORECON, UFPA, UEPA, SINDUSCON, SEBRAE etc.

ii) O ciclo de debates “Diálogos sobre o Desenvolvimento”, tanto na forma presencial, com debates públicos com a participação de inúmeros atores sociais e agentes institucionais; quanto na forma virtual através do blog homônimo. O “Diálogos sobre o Desenvolvimento” cumpre papel importante na construção de uma “cultura” do desenvolvimento no Pará, trazendo os distintos atores sociais e a sociedade ao debate necessário quanto aos rumos e forma de construção do futuro paraense.

iii) O SIE enquanto ferramenta desenvolvida pelo Idesp, envolve amplo arranjo institucional, firmado a partir de protocolos e convênios estabelecidos. As fontes de dados primariamente utilizadas foram fontes federais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, o Sistema único de saúde do Brasil – DATASUS, a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, as informações do Ministério do Trabalho – MT, o Ministério do Desenvolvimento Social – MDS, etc. Órgãos com experiência em sistemas de informações, com um grande volume, bastante detalhadas e com séries temporais consideráveis. Têm-se garantido protocolos de disponibilização dos dados com essas principais instituições, ao mesmo tempo que a capacidade evolutiva do SIE possibilita novas parcerias.

5. Qual o principal desafio do Idesp?

O Idesp agora entra numa segunda fase. Os elementos de jovialidade continuam, temos que nos aproveitar da capacidade motivadora para consolidar a instituição. A realização do concurso, com edital já estabelecido e provavelmente realização do mesmo no primeiro semestre de 2011, irá dotá-lo de corpo funcional próprio, porém necessitando do estímulo e perspicácia daqueles que participaram da sua recriação. O maio desafio do Idesp, portanto, é se consolidar enquanto principal instituição articuladora da capacidade de planejamento do Estado do Pará.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Idesp será tema de “Diálogos sobre Desenvolvimento”

Toda a atuação da entidade estará resumida em um relatório e debate com o público

A trajetória do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), após a sua recriação em 2007, será o tema do ciclo de debates “Diálogos sobre Desenvolvimento”, que ocorrerá nesta sexta-feira, dia 03, às 10h, no auditório da entidade. O evento terá como tema “Idesp: continuidade institucional”, e contará com convidados de instituições parceiras e de pessoas que contribuíram, de alguma forma, para a consolidação das atividades de pesquisa da instituição, que são utilizadas como subsídio para políticas públicas. “O Idesp buscou neste últimos dois anos consolidar sua vocação de instituição articuladora pelo desenvolvimento”, afirma o presidente do Idesp, o economista José Raimundo Trindade.

O Idesp atuou na geração de conhecimento técnico para entendimento do contexto paraense, seja econômico ou socioambiental. “Temos o entendimento de que somente elegendo um projeto estrutural de alteração da realidade econômica e social do Pará é que poderemos efetivamente romper com os indicadores que historicamente nos acompanham, principalmente a pobreza absoluta e os péssimos números referentes à educação”, comenta Trindade. Entre as inúmeras desenvolvidas pela entidade, os destaques são para o projetos “Produtos Florestais Não- Madeireiros” e a de acompanhamento e análise da Pesquisa Nacional pro Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.

Um arranjo institucional com as principais instituições de pesquisa do país e também paraenses possibilitou ainda ao Idesp a formação de um banco de dados que, atualmente, já possui mais de um milhão de informação sobre o Pará. “O desenvolvimento de uma ferramenta possante como o SIE nos possibilita afirmar que o Idesp cumpriu positivamente nestes três anos de criação sua etapa juvenil, fazendo-se necessário agora consolidá-lo e estabelecer sua trajetória de futuro”, avalia o presidente do Idesp. O SIE é uma ferramenta disponível na internet, para consultas que atendem desde profissionais e acadêmicos, até pesquisas escolares abrangendo informações sobre educação, saúde, saneamento, segurança, entre outros referenciais.

No evento, o Idesp anunciará a realização de concurso público, previsto para o primeiro semestre de 2011 para formação de quadro funcional efetivo da entidade e, ainda, será distribuído um relatório de ações da entidade, informando sobre suas contribuições à sociedade. As inscrições estão sendo feitas gratuitamente no site www.idesp.pa.gov.br

Confira, na íntegra, a entrevista com o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade, no site www.idesp.pa.gov.br


“Diálogos sobre Desenvolvimento”

Data: sexta-feira, dia 03

Horário: 10h

Local: auditório do Idesp (rua Municipalidade, 1.461, Umarizal – prédio anexo ao Sebrae)

As inscrições estão sendo feitas gratuitamente no site www.idesp.pa.gov.br