terça-feira, 31 de agosto de 2010

Técnicos discutem estudo sobre produtos florestais no Pará

A economia “invisível” dos produtos florestais não-madeireiros foi apresentada em reunião técnica na Sagri.

Presidente do Idesp, na abertura do evento, junto ao secretário Cássio Pereira, e o presidente do Ideflor, Jorge Yared.
O mercado nacional absorve 62% da produção local e oferta em torno R$ 756 milhões com a venda de açaí na região do Tocantins, destaque entre os produtos florestais não-madeireiros extraídos do Pará. A informação faz parte do estudo “Cadeias de Comercialização de Produtos Florestais Não-Madeireiros”, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do Pará (Idesp), com apoio do do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (NAEA/UFPA) e da Embrapa Amazônia Oriental, que foi apresentado nesta terça-feira, dia 31, a técnicos da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri).

O estudo traz dados 2008, considerando as cadeias de comercialização de PFNM nos dez municípios da região de integração do Tocantins - Abaetetuba, Baião, Barcarena, Cametá, Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Mocajuba, Moju, Oeiras do Pará e Acará. Para o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade, a pesquisa será importante subsídio para políticas públicas voltadas para a valorização desses produtos. “Assim é possível pensar numa política produtiva que alie crescimento econômico e crescimento da renda média das populações que atuam no extrativismo”, afirma Trindade.

A pesquisadora Marli na apresentação aos técnicos da Sagri.
Entre os produtos analisados, identificados na pesquisa, o campeão foi o açaí, responsável pela cifra de R$1,8 bilhões de renda total gerada (RBT) e circulada em toda a cadeia de comercialização desse produto. A produção no Tocantins provém tanto de açaizais nativos, quanto de áreas de manejo ou plantados. “Alguns problemas identificados foram a baixa capacidade de armazenagem e de transporte dos agentes envolvidos, falta capital de giro, falta de investimentos para melhorar a produção e aquisição de equipamentos e falta treinamento para os coletores e batedores de açaí sobre manipulação adequada do produto”, afirma Marli Mattos, coordenadora do Núcleo de Pesquisa Científica, Tecnológica e Inovação do Idesp, que coordena do projeto.

Ela explica que os setores que mais agregam são as 10 grandes agroindústrias de beneficiamento da polpa identificadas em municípios pólo do Estado: Castanhal, Tomé Açu, Santa Bárbara, Marituba, Benevides e Belém. Na escala local, o setor de beneficiamento também é responsável pela valorização dos PFNM, porém com centenas de pequenos estabelecimentos “batedores” de açaí, que atendem à demanda da população tocantina.

O secretário de Estado de Agricultura, Cássio Pereira, afirma que o açaí já é responsável por cerca de 90% dos extrativismo paraense, portanto, é considerado o “gigante” entre os PFNM. “Os produtos florestais não-madeireiros têm sua importância no mercado e estudos como esses, do Idesp e Ideflor, desmistificam a percepção míope da sociedade sobre esses produtos”, diz o secretário.

Com o estudo foi possível verificar, ainda, que produtos como cacau e o palmito alcançaram os mercados nacional e internacional (23,61%), mas a comercialização externa ainda é minoria entre os PFNM. “Isso torna a economia local dependente desses mercados, sobretudo na definição dos preços”, analisa a pesquisadora do Idesp. Um total de 76% de valor agregado bruto dos produtos não-madeireiros ocorrem no Pará. “Essa é condição essencial para maior autonomia e indução de políticas para a verticalização das cadeias”, afirma Marli. Os resultados do estudo permitem identificar possibilidades produtivas locais e regionais, gargalos tecnológicos, necessidades de investimentos, regularização e especialização dos agentes locais e regionais. A pesquisa aponta também novos produtos, que não constam das estatísticas oficiais, ou que são subestimados no mercado.








segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Informação para o desenvolvimento paraense

Idesp e Ipea lançam prêmio para melhores trabalhos sobre gestão da informação para o desenvolvimento do Estado.

O desenvolvimento paraense, traduzido em conhecimento científico sobre gestão e uso das informações disponíveis sobre o Estado para a aplicação em políticas públicas. Promover a reflexão sobre o assunto é a iniciativa do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) e da regional Norte do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que lançam nesta quinta-feira, dia 26, o “I Prêmio Estadual de Monografias Professor Roberto Santos – 2010 - Gestão da Informação para o Desenvolvimento do Pará”. O evento, que inicia às 19 horas, no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, marca uma série de apresentações do concurso em universidades e entidades públicas e privadas, para motivar a produção de teses sobre a gestão da informação.

Somente neste ano, o Idesp realizou ações de diálogo sobre desenvolvimento, envolvendo quase 3 mil pessoas entre gestores, entidades de classe, associações, acadêmicos, estudantes e a sociedade em geral. Nesse contexto, a premiação será para produções científicas, de diversas áreas do conhecimento, que utilizarem o Serviço de Informação do Estado (SIE), o banco de dados sistematizado pelo Idesp, que dispoe de mais de um milhão de informações sobre o Pará na web. O SIE já concorre ao “Prêmio Nacional de Desenvolvimento Regional 2010 - Homenagem a Celso Furtado - Desenvolvimento Regional” para o Desenvolvimento Nacional, promovido pelo Ministério da Integração Nacional, como uma iniciativa pioneira na região Norte, que hoje oferece estatísticas integradas a recursos de imagem de informações espaciais e também a bases textuais de análises e estudos de instituições produtoras de conhecimento.

“O Idesp tem como missão produzir, articular e disseminar conhecimento e informação para subsidiar o planejamento de políticas públicas e do desenvolvimento do Estado do Pará, o que implica o crescente aprimoramento tanto de metodologias e exposição de pesquisas e indicadores da realidade paraense, como também, o que é fundamental, aperfeiçoar processos de socialização dessas informações. A sociedade em que vivemos é de um novo tipo. É uma sociedade do conhecimento, portanto o acesso à informação e o uso da mesma é pré-requisito para o nosso desenvolvimento social e econômico. Por meio do SIE, o Idesp se consolida enquanto instituição a serviço da sociedade e do poder público”, argumenta o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade. Ele lembra ainda que, por meio do SIE, o Idesp contribui com um instrumento essencial para a sociedade paraense, que facilita ações de planejamento a curto, médio e longo prazo, traduz em números a realidade cotidiana do Estado, e contribui para a formação do cidadão.

O SIE reúne dados fornecidos por instâncias da administração pública, pelo Idesp e outras reconhecidas instituições de pesquisa do Brasil - entre elas o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), o Ministério do Trabalho (MT), o Tribunal Regional Eleitoral, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará e a Defensoria Pública do Estado do Pará, entre outros.

Homenagem

A primeira edição do prêmio homenageia Roberto Santos, um dos mais importantes intelectuais paraenses vivos: jurista e renomado professor de Economia pelas suas contribuições em análises da teoria do desenvolvimento no Estado. Santos teve formação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Pará, em 1955, e voltou sua carreira para a promoção do debate sobre desenvolvimento regional. Teve atuação como advogado, magistrado, sociólogo, mas a paixão pelo conhecimento fez com que dedicasse a maior parte de sua vida à profissão de professor, a qual iniciou em 1957, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Sociedade Civil de Agronomia e Veterinária do Pará, na disciplina de Economia Política do Curso de Ciências Sociais. Esse foi apenas o primeiro passo para uma atuação brilhante na Universidade Federal do Pará (Ufpa) e na Escola Superior de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Santos também foi autor de obras como “Problemas do emprego em Belém”, “Desenvolvimento econômico de Belém: avaliação do crescimento econômico de Belém no quadro geral de evolução do Estado do Pará” e “História econômica da Amazônia (1800/1920)”, que constitui obra de referência no Brasil e no exterior, principalmente centrada na fase de auge do ciclo da borracha, construída a partir de análise pormenorizada sobre a realidade amazônica e paraense do período focalizado tornou-se base para inúmeros estudos posteriores.

Premiação

As monografias inscritas deverão utilizar as informações disponíveis no SIE, para produzir produções científicas em cinco temas: “Gestão democrática da informação e inovação para o desenvolvimento, econômico, social e ambiental do Pará”; “O papel do SIE na atuação da Defensoria Pública”; “A gestão da informação e o SIE como ferramenta de planejamento de políticas públicas”; “O SIE como ferramenta para gestão da informação e inovação às micro e pequenas empresas do Pará” e a “A evolução demográfica e as políticas públicas no Pará”. Os cinco primeiros melhores trabalhos serão publicados pelo Ipea, e os demais também serão objetos de publicação pelo Idesp. Os primeiros colocados em cada tema também receberão a quantia de R$ 3 mil, os segundos colocados R$ 2 mil e os terceiros, a quantia de R$ 1 mil. Todos os premiados receberão ainda um notebook. O edital completo e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.idesp.pa.gov.br.

A iniciativa do Idesp conta com o apoio de inúmeras empresas, da FIEPA, CIP, ASPAS, Sol Informática e SEBRAE. O entendimento do conjunto destas instituições e empresas é que somente com a compreensão detalhada dos problemas paraenses e, a partir deste diagnóstico, criar soluções criativa e inovadoras, possibilitando ao Pará ocupar espaço mais relevante no contexto federativo brasileiro. “Acho excelente o retorno do Idesp, como instituição que pudesse produzir estudos e iniciativas. A premiação é um estímulo à produção científica”, afirma o diretor institucional do Centro das Indústrias do Pará (CIP), Sebastião Gonçalves.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Idesp prevê maior saldo de geração de emprego dos últimos 20 anos

Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp) prevê a geração de 39.700 novos postos de trabalho até o final deste ano, configurando o maior das duas últimas décadas no Pará. A previsão se baseia na tendência de crescimento nos números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego, que nesta quinta-feira (19), anunciou saldo de 6.093 empregos, somente no mês de julho, no mercado de trabalho paraense.

Os pesquisadores do Núcleo de Conjuntura do Idesp consideram que, nos últimos 12 meses, o Pará já alcançou um saldo de 39.641 postos de trabalhos, período em que a economia ainda passava pela crise internacional que marcou o ano de 2009. “Historicamente o segundo semestre tende a ser muito mais aquecido em termo de consumo por conta de datas festivas como o Círio e as festividades de fim de ano”, afirma Cassiano Ribeiro, diretor de Socioeconomia do Idesp. Considerando, ainda, que neste ano o saldo na geração de novos empregos já alcança 23.284, a previsão do Idesp é de que haja o maior saldo na geração de emprego de toda a série gerada pelas estatísticas do Ministério do Trabalho, desde 1994.

Fonte: CAGED

Idesp expoe projetos na Feira de Ciência e Tecnologia

Primieiros visitantes do estande do Idesp conferindo as publicações da entidade.
Os estudantes que visitarem a 3ª Feira de Ciência e Tecnologia, que se estende até amanhã, dia 20, no Hangar, irá conhecer as iniciativas do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), que somente neste ano realizou eventos e seminários para mais de 2,5 mil pessoas de todo o Estado, com o objetivo de ampliar o debate sobre o desenvolvimento paraense.

Pesquisadores utilizarão linguagem acessível para expor projetos sobre Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, Produtos Florestais Não-Madeireiros, Produto Interno Bruto (PIB), e entre outros assuntos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), no qual o Idesp realiza o relatório em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A entidade possui convênio de cooperação técnica com o Idesp desde março deste ano.

O destaque da programação será o Serviço de Informação do Estado (SIE), o banco de dados que já possui mais de um milhão de informações armazenadas sobre o Pará. Sobre o assunto, os visitantes da feira poderão participar de um bate papo com o diretor de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação, Tarcísio Ribeiro, nesta quinta-feira, dia 19, às 17 horas, no estande do Idesp. “Estamos em um caminho sem volta, em que a tendência é o uso cada vez mais ampliado das informações estatísticas e espaciais disponíveis em meio digital e acessíveis de qualquer lugar do mundo e a qualquer hora através da internet”, comenta Tarcísio, que coordena as ações de concepção e gestão do SIE.

SIE - Facilitar o acesso a pesquisas e indicadores da realidade paraense. Esse é um dos desafios que mobilizou o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Estado do Pará (Idesp) a lançar uma iniciativa inovadora para ampliar o acesso às informações sobre os municípios paraenses: o site do Serviço de Informação do Estado (SIE), que integra informações de instituições de pesquisas de todo o País, particularmente da administração pública do Pará, sobre o cenário socioeconômico e ambiental do Estado, em estatísticas, recursos visuais de informações espaciais e análises de especialistas.

Montagem do estande pela equipe do Idesp.
“O Idesp tem como missão produzir, articular e disseminar conhecimento e informação para subsidiar o planejamento de políticas públicas e do desenvolvimento do Estado do Pará, o que implica o crescente aprimoramento tanto de metodologias e exposição de pesquisas e indicadores da realidade paraense, como também, o que é fundamental, aperfeiçoar processos de socialização dessas informações. A sociedade em que vivemos é de um novo tipo. É uma sociedade do conhecimento, portanto o acesso à informação e o uso da mesma é pré-requisito para o nosso desenvolvimento social e econômico. Por meio do SIE, o Idesp se consolida enquanto instituição a serviço da sociedade e do poder público”, argumenta o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade. Ele lembra ainda que, através do SIE, o Idesp contribui com um instrumento essencial para a sociedade paraense, que facilita ações de planejamento a curto, médio e longo prazo, traduz em números a realidade cotidiana do Estado, e contribui para a formação do cidadão.

O SIE reúne dados fornecidos por instâncias da administração pública, pelo Idesp e outras reconhecidas instituições de pesquisa do Brasil - entre elas o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), o Ministério do Trabalho (MT), o Tribunal Regional Eleitoral, a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará e a Defensoria Pública do Estado do Pará, entre outros.

O Serviço de Informação do Estado é uma iniciativa pioneira na região Norte. Hoje oferece estatísticas integradas a recursos de imagem de informações espaciais e também a bases textuais de análises e estudos de instituições produtoras de conhecimento.

No site é possível visualizar a região a ser pesquisada, de acordo com parâmetros da Comissão Nacional de Cartografia (Concar), especificados na Estrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE).


Os visitantes do estande podem acessar os canais web do Idesp, como o blog.
PROGRAMAÇÃO ESTANDE IDESP

Dia 18.08
Manhã - Institucional Idesp

Tarde - Assentamentos precários

Noite - SIE

Dia 19.08

Manhã - ODM

Tarde - Bate papo para apresentação SIE

Noite - Produtos Florestais Não-Madeireiros

Dia 20.08

Manhã - Apresentação SIE

Tarde - Indicadores de qualidade ambiental dos municípios

Noite - PIB




terça-feira, 10 de agosto de 2010

Idesp lança pesquisa sobre gestão de resíduos sólidos no Pará

O presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), José Raimundo Trindade, apresentou hoje (10), o projeto de pesquisa “GESTÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARÁ: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS”, que irá levantar o panorama da gestão sobre o lixo urbano no Pará. O projeto foi tema de debate no Seminário “Planejamento e gestão integrada de resíduos sólidos urbanos no Pará”, que encerra às 17h, no Hotal Goldmar.

No evento, estiveram presentes repeesentantes das Secretarias de Meio Ambiente de diversos municípios paraenses, além de associações e cooperativas de catadores de lixo, pesquisadores e pessoas interessadas.

Confira trechos do documento:


“GESTÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARÁ: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS”

O estado do Pará apresenta sérias deficiências no trato dos resíduos sólidos urbanos, especialmente na Região Metropolitana de Belém. A produção de lixo urbano nessa região aumentou 24%, de 2000 a 2006, com uma média de 2,3 quilos por domicílio por dia e 0,58 quilo por pessoa por dia (Snis, Sesan e Seinf 2000, 2006). A percentagem de domicílios atendidos pela coleta aumentou de 94%, em 2001, para 98% em 2006. Entretanto, a destinação final dos resíduos é insatisfatória, pois apenas 65% do lixo coletado foram destinados ao aterro do Aurá.

Uma pesquisa recente do Idesp detectou que em 51% dos municípios investigados no Pará, os gestores ambientais apontaram o descarte inadequado do lixo urbano como um dos temas ambientais prioritários e necessitam de um novo modelo para seu gerenciamento.

Os últimos dados fornecidos pelo IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios apontam uma crescente melhora na coleta de resíduos sólidos no Estado. Em 2004 do total de domicílios apenas 68% eram atendidos pelo serviço de coleta, sendo que em 2008 o percentual de domicílios com coleta era de 79%, correspondendo a um total de 1,5 milhões de domicílios, sendo esse crescimento registrado no período , superior a taxa nacional. Ressalta-se também o nível de coleta alcançado na RMB que em 2008 atingiu a faixa de 97% dos domicílios, todavia há de se observar que esse elevado percentual relaciona-se com o incremento, na série analisada, do aumento da chamada coleta indireta em cerca de 8%, essa por sua vez caracteriza-se de forma alternativa a ausência ou precariedade da coleta pública (direta) e em geral ocasiona problemas na disposição final dos resíduos em locais impróprios como em logradouros públicos e terrenos baldios.

O PROJETO “GESTÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARÁ: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS”

De maneira a contribuir com o planejamento e elaboração de políticas públicas voltadas a gestão de resíduos sólidos urbanos no Estado do Pará o IDESP dá inicio ao projeto de pesquisa “Gestão Ambiental no Estado do Pará: Um enfoque na gestão de resíduos sólidos urbanos”. Sendo assim, esse projeto de pesquisa se propõe a traçar o panorama da gestão de resíduos sólidos urbanos nos municípios do estado do Pará, visando levantar as deficiências e as principais demandas no que diz respeito ao manejo desses resíduos, para subsidiar os gestores públicos no planejamento municipal. A pesquisa também visa analisar a dinâmica e a sustentabilidade da cadeia de reciclagem de resíduos sólidos urbanos, inicialmente na região metropolitana de Belém e posteriormente em regiões estratégicas do estado, com o intuito de identificar possíveis soluções para estruturação e ampliação desse mercado na região.

O objetivo geral é traçar um panorama da gestão de resíduos sólidos urbanos no Pará, caracterizando o perfil dos municípios no que diz respeito ao manejo dos resíduos.

Analisar a dinâmica e a sustentabilidade da cadeia de reciclagem de resíduos sólidos urbanos inicialmente na região metropolitana de Belém, identificando as condições e relações de mercado estabelecidas entre os agentes sociais envolvidos e os gargalos e/ou oportunidades existentes para o fortalecimento e a evolução dessa cadeia.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Idesp é precursor no debate sobre nova lei de gestão do lixo urbano

O Pará apresenta sérias deficiências no trato dos resíduos sólidos urbanos, especialmente na Região Metropolitana de Belém. É que dizem pesquisadores quer estarão reunidos com gestores da administração pública e de empresas privadas no Seminário “Planejamento e gestão integrada de resíduos sólidos urbanos no Pará”, que ocorrerá nesta terça-feira, dia 10, no Hotel Goldmar. O evento será realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), e as Secretarias de Estado de Governo, de Meio Ambiente, e de Orçamento, Planejamento e Finanças.

Equipe de coordenação do seminário.
O debate na esfera estadual já irá considerar também a Lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada no último dia 2, após duas décadas de tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A lei altera a maneira como é tratado o lixo no País, atribui e define a obrigação de cada esfera do governo e da sociedade no destino dos resíduos. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outras medidas, prevê o fim dos lixões a céu aberto, proíbe a presença de catadores de lixo e a criação de animais nos aterros sanitários nos quais os resíduos serão armazenados.

“Essa problemática desafia a capacidade dos órgãos governamentais, tanto por insuficiência de recursos e infraestrutura, como a falta de espaço para disposição final, principalmente nos grandes centros urbanos. Isso tem desdobramentos na saúde pública, com a proliferação de doenças e no meio ambiente, com a emissão de gases de efeito estufa, poluição do solo e de mananciais de água”, afirma a coordenadora do Núcleo de Estudos Ambientais do Idesp, Sabrina Forte, que também coordena o evento. No seminário, O Idesp irá apresentar um levantamento sobre o panorama da gestão do lixo urbano no Estado.

A nova lei incentiva ainda participação da sociedade na prática da coleta seletiva, separando o lixo orgânico dos resíduos aptos para reciclagem, e determina às empresas que recolham materiais recicláveis oriundos de produtos como pneus, latas, garrafas, embalagens de agrotóxicos, o que para Sabrina é o grande desafio da nova política. “O setor industrial agora terá a obrigação de dar a destinação adequada aos resíduos sólidos que lançam no mercado. E para isso terão de criar mecanismos eficientes que envolvam a sociedade”, opina a pesquisadora.

Segundo dados do Imazon, a porcentagem de domicílios atendidos na RMB pela coleta aumentou de 94%, em 2001, para 98% em 2006. Entretanto, a disposição final dos resíduos é insatisfatória, pois apenas 65% do lixo coletado foi destinado ao aterro do Aurá. “Entretanto, o Estado vem enfrentando essa problemática, através do Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS), que visa a gestão integrada, assessoria técnica e estruturação da coleta seletiva”, destaca.

O seminário abordará temas como, marco regulatório, experiências de gestão, a participação dos catadores no gerenciamento, educação ambiental e as experiências e perspectivas de gestão consorciada.

PROGRAMAÇÃO

Data: 10 de agosto de 2010 (Terça-feira).
Local: Hotel Goldmar – Rua: Professor Nelson Ribeiro, 132. Próximo ao Curro Velho.

8:30 - Solenidade de abertura:

• Lúcia Porpino – Diretora de Licenciamento Ambiental, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente

• Guilherme Dias – diretor regional do Ipea

• José Raimundo Barreto Trindade - Presidente do Idesp



1° Sessão: Regulamentação e experiências de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos.

Moderador: Wanderson Monteiro - SEGOV.

9hs - Palestra: Panorama da gestão de resíduos sólidos urbanos no Pará.

Palestrante: Luís Otávio Mota (ABES/PA)

9:30 hs – Palestra: Marco Regulatório do planejamento e gestão de resíduos sólidos urbanos.

Palestrante: Karin Segala (MMA)

10 hs - Debate

10:15 hs – Intervalo

10:30 hs - Palestra: Experiências de gestão de resíduos sólidos urbanos:

O caso da Bahia – Valéria Ferreira – SEDUR/BA

O caso do Acre – Rosana Cavalcante dos Santos – SEMA/AC

11:30 hs – Palestra: Benefícios econômicos e ambientais da reciclagem.

Palestrante: IPEA/DF

12:00 hs - Palestra: Participação dos catadores no planejamento e gestão de resíduos sólidos.

Palestrantes:

Jonas de Jesus – Cooperativa de Catadores da Terra Firme - CONCAVES

Paulo Negrão – Associação de Trabalhadores de Materiais Recicláveis da Pedreira - ASTRAMAREPE



12:30 hs - Debate

Almoço

2° Sessão: Instrumentos e arranjos municipais para a gestão de resíduos sólidos urbanos.

Moderador: José Otávio Pires - SEPOF

14 hs - Palestra: Aspectos da educação ambiental na gestão de resíduos.

Palestrante: Patrícia Blauth (Menos Lixo - projetos e educação em resíduos sólidos/SP)

14:30 hs - Consorcios intermunicipais como instrumento para gestão de resíduos sólidos urbanos: Diretrizes e experiências.

Palestrante: Marcos Helano Montenegro (ADASA – DF)

15 hs - Debate

15:15 hs - Intervalo

15:30 hs - Oficina 1: Regionalização e formação de consorcios para gestão integrada de resíduos sólidos urbanos.

Facilitador: Marcos Helano Montenegro (ADASA – DF)



15:30 hs - Oficina 2: Minimização de resíduos: uma abordagem pedagógica.

Facilitadora: Patrícia Blauth (Menos Lixo - projetos e educação em resíduos sólidos/SP).



17 hs - Síntese, conclusões e encaminhamentos