Os dados divulgados pelo Idesp mostram que o PIB verificado é também o maior desde o início da série, em 2002.
A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para 2008 apresentou uma variação real da ordem de 7,3%, total de R$ 56,656 bilhões em valores nominais, na comparação com 2007. Os números foram divulgados nesta sexta-feira, dia 17, pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do Pará (Idesp), entidade responsável pelo cálculo do PIB no Estado, segundo a nova metodologia de cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando o ano base 2002. “Os dados mostram que o Pará cresceu mais do que qualquer estado da região Norte, envolvendo dois aspectos: o crescimento de empregos, o que representa crescimento de renda da população, e o crescimento de mercadorias, bens produzidos”, comenta o presidente do Idesp, José Raimundo Trindade.
Desse modo, verifica-se que o incremento do PIB paraense se apresenta como maior desde o início da série em 2002, sendo ainda superior à taxa do País, de 5,1% para 2008. Analisando a série, observa-se para o período de 2003 a 2008, variação real acumulada de 39,69% no PIB paraense, com média anual de 5,7%, superior a média nacional, para o mesmo período de 4,2%.
Segundo o presidente do Idesp, o comportamento da economia paraense em 2008 significou um “amortecimento” pára os reflexos da crise mundial verificada em 2009. “Podemos comparar o crescimento paraense às taxas de crescimento ‘chinesas’, que são entre 7% e 9%, o que foi muito importante para reduzir os impactos da crise mundial” afirma.
Razões para o crescimento econômico do Pará em 2008
Produção Industrial
A economia Paraense experimentou uma importante aceleração na produção industrial em 2008, apresentando uma serie de resultados positivos. A atividade evoluiu gradativamente no período analisado com crescimento de 5,59%, patamar superior a média nacional (3,11%), e encerrando o ano com a 4ª taxa de crescimento entre os Estados Brasileiros pesquisados.
Para este bom desempenho a indústria de minerais não metálicos teve papel preponderante, pois registrou uma elevação de 14,49% em comparação com o ano de 2007, os dados permitem constatar o aumento na produção, superando o desempenho obtido no ano anterior quando houve uma variação negativa de 4,92%, cabe destacar a reversão da tendência de queda nas taxas existentes em 2007. Impulsionada pelas ampliações nos investimentos da produção através do aumento de aquisições de insumos industriais e equipamentos.
Outra grande contribuição provém da indústria de celulose, papel e produtos de papel que apresentou forte recuperação, quando confrontado os resultados obtidos no ano anterior verifica-se um aumento de 13,6% frente ao crescimento de 3,65% em 2007. Quanto à metalurgia básica também registrou aumentos consideráveis na produção, a taxa de crescimento ficou situada em 11,3%, valor acima da média alcançada em 2007, quando obteve taxa de 3,58%.
A importância da indústria extrativa, esta fortemente atrelada ao aumento da extração de minério de ferro, cobre e manganês, um dos principais componentes da pauta de exportação do Estado, outra característica significante diz respeito ao papel ativo da demanda externa, podendo ser observado pelo aumento das vendas externas. O melhor resultado obtido pelo setor corresponde ao incremento de 6,09%, apesar do recuo constatado quando aferido o resultado registrado no ano anterior 8,1%, a atividade permanece colaborando com resultados positivos.
A indústria de transformação experimentou uma forte recuperação, já que a taxa de acrescimento acelerou para 5,12%, situando num patamar bastante superior ao alcançado no ano anterior (-1,9%). O único setor industrial que obteve desempenho negativo foi à atividade madeireira (-23,98%), acompanhando uma queda na produção e acentuando um encolhimento nesse setor já percebido desde o ano anterior (-5,69%).
Outro aspecto importante mostra que o aumento na quantidade exportada de produtos básicos foi maior do que o verificado no índice geral da indústria, o que indica a demanda externa como principal determinante da expansão industrial, e o padrão de crescimento pautado na demanda externa deixa evidente a vocação natural da atividade econômica no estado.
Portanto, de maneira geral a analise da produção industrial mostra que perante os resultados a indústria Paraense avançou, não apenas pelas taxas elevadas de crescimento, mas também pela relativa recuperação dos setores, além disso, a trajetória de expansão dos investimentos e ampliação do crédito no período em análise gera indicadores de produtividade mais expressivos.
Comércio Varejista
O comércio varejista do Estado do Pará encerrou 2008 em queda nas vendas. A pesquisa mensal do comércio do IBGE apontou uma variação media acumulada de 1,66%, este resultado foi inferior ao obtido em 2007(10,19%), e abaixo da media nacional (9,13%).
O baixo desempenho do setor comercial pode ser atribuído em parte à inflação dos preços dos alimentos em 2008, influenciados pelos choques nos preços de commodities agrícolas.
Agropecuária
Segundo LSPA/IBGE as safras no ano de 2008 dos principais produtos agrícolas que apresentaram maior taxa de variação positiva na produção comparativamente ao mesmo período do ano anterior são as culturas de soja (+30,64%), cacau (+21,69%) e de milho (+10,6%). Os que apresentam maior taxa de variação negativa na produção são as culturas de juta (-56,41%), guaraná (-44,12%) e de abacaxi (-32,98%).
Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, sobre efetivo dos rebanhos, tipo bovino, o rebanho paraense alcançou volume de 15.353.989 milhões de cabeças, apresentando expansão de 5,77% com relação a 2007.
Mercado de Trabalho
Segundo dados divulgados pelo Caged o demonstrativo de emprego no Pará em 2008, apresentaram resultados anuais positivos na oferta de empregos formais. Fazendo uma relação entre as admissões, o saldo que mais se evidenciou foi o de reemprego com 188.255 contratações, contrapondo as dispensas sem justa causa que chegaram ao volume de 181.951.
A evolução do seguro desemprego no Estado do Pará no ano de 2008 somou volume de requerentes em 149.808 mil solicitações e o total de segurados foi de 145.646 mil solicitações atendidas.
Dentre as atividades econômicas, o setor de administração pública apresentou maior variação positiva no saldo acumulado do ano, apresentou saldo de 45 postos, registrando uma variação de aproximadamente 104,55%.
A atividade extrativa mineral registrou variação positiva de aproximadamente 49,87%, compreendendo a segunda maior variação positiva registrada no acumulado do ano em relação ao ano anterior.
A atividade de serviços apresentou uma tímida variação positiva no saldo do ano de 4,41% comparado com ano de 2007, registrando um aumento na oferta de 381 empregos formais.
Os setores de serviços ind. de utilidade pública e de comércio, apesar de apresentar saldos positivos no acumulado do ano, registraram queda em relação ao ano anterior, apresentando variação negativa de 38,17% e de 58,65% respectivamente.
O setor que obteve maior desempenho negativo no saldo acumulado do ano foi o de indústria de transformação, fazendo comparação com saldo do ano anterior, obteve uma redução de 6.320 empregos formais.
As atividades de construção civil e de agropecuária registraram redução na oferta de empregos em 1.645 postos formais no acumulado do ano. Em relação ao ano anterior as duas atividades obtiveram variação negativa.
No Estado do Pará as atividades econômicas que mais contribuíram para o saldo positivo de emprego formal no ano 2008, foram as de serviços com 9.024 empregos e as de comércio com 4.565 postos.
Comércio Exterior
A balança comercial do Estado do Pará em 2008 registrou superávit recorde de US$ 9 bilhões, este resultado ficou situado acima do saldo obtido em 2007 (US$ 7 bilhões) e a variação calculada foi de 32,71%, enquanto a corrente de comércio acumulada totalizou US$ 11 bilhões, estes dados são obtidos através do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior.
O Estado do Pará ocupa lugar de destaque na balança comercial da Região Norte sua participação no saldo das exportações corresponde 81,78% e 5,40% de participação no total das exportações Brasileiras, com este resultado mantém a segunda posição no ranking entre os estados brasileiros com maiores saldos e sexto lugar no ranking dos estados exportadores.
O setor mineral mantém a liderança na pauta de exportação do Estado, representando uma participação de 80% entre os principais produtos exportados entre o período de janeiro a dezembro de 2008, a produção de minério (35,96%), alumina calcinada (12,62%), ferro fundido bruto (8,41%), cobre (6,45%) e manganês (5,42%) foram os produtos de maior crescimento em termos de participação.
Estes aumentos refletem as maiores volumes exportados, além de recuperação dos preços internacionais de importantes commodities. Os principais mercados compradores ficam situados em países como Japão, Estados Unidos e China, os principais destaques no incremento das compras dos produtos Paraenses foram da Alemanha e China que tiveram uma ampliação de 48 % e 43 % respectivamente.
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É bom que a sociedade conheça os números sobre o Estado, sobre como anda o desenvolvimento da nossa economia e os impactos disso na sociedade. Isso é fundamental para que nós, enquanto cidadãos, sibamos participar e cobrar políticas públicas.
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