O presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), José Raimundo Trindade, apresentou hoje (10), o projeto de pesquisa “GESTÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARÁ: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS”, que irá levantar o panorama da gestão sobre o lixo urbano no Pará. O projeto foi tema de debate no Seminário “Planejamento e gestão integrada de resíduos sólidos urbanos no Pará”, que encerra às 17h, no Hotal Goldmar.
No evento, estiveram presentes repeesentantes das Secretarias de Meio Ambiente de diversos municípios paraenses, além de associações e cooperativas de catadores de lixo, pesquisadores e pessoas interessadas.
Confira trechos do documento:
“GESTÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARÁ: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS”
O estado do Pará apresenta sérias deficiências no trato dos resíduos sólidos urbanos, especialmente na Região Metropolitana de Belém. A produção de lixo urbano nessa região aumentou 24%, de 2000 a 2006, com uma média de 2,3 quilos por domicílio por dia e 0,58 quilo por pessoa por dia (Snis, Sesan e Seinf 2000, 2006). A percentagem de domicílios atendidos pela coleta aumentou de 94%, em 2001, para 98% em 2006. Entretanto, a destinação final dos resíduos é insatisfatória, pois apenas 65% do lixo coletado foram destinados ao aterro do Aurá.
Uma pesquisa recente do Idesp detectou que em 51% dos municípios investigados no Pará, os gestores ambientais apontaram o descarte inadequado do lixo urbano como um dos temas ambientais prioritários e necessitam de um novo modelo para seu gerenciamento.
Os últimos dados fornecidos pelo IBGE, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios apontam uma crescente melhora na coleta de resíduos sólidos no Estado. Em 2004 do total de domicílios apenas 68% eram atendidos pelo serviço de coleta, sendo que em 2008 o percentual de domicílios com coleta era de 79%, correspondendo a um total de 1,5 milhões de domicílios, sendo esse crescimento registrado no período , superior a taxa nacional. Ressalta-se também o nível de coleta alcançado na RMB que em 2008 atingiu a faixa de 97% dos domicílios, todavia há de se observar que esse elevado percentual relaciona-se com o incremento, na série analisada, do aumento da chamada coleta indireta em cerca de 8%, essa por sua vez caracteriza-se de forma alternativa a ausência ou precariedade da coleta pública (direta) e em geral ocasiona problemas na disposição final dos resíduos em locais impróprios como em logradouros públicos e terrenos baldios.
O PROJETO “GESTÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARÁ: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS”
De maneira a contribuir com o planejamento e elaboração de políticas públicas voltadas a gestão de resíduos sólidos urbanos no Estado do Pará o IDESP dá inicio ao projeto de pesquisa “Gestão Ambiental no Estado do Pará: Um enfoque na gestão de resíduos sólidos urbanos”. Sendo assim, esse projeto de pesquisa se propõe a traçar o panorama da gestão de resíduos sólidos urbanos nos municípios do estado do Pará, visando levantar as deficiências e as principais demandas no que diz respeito ao manejo desses resíduos, para subsidiar os gestores públicos no planejamento municipal. A pesquisa também visa analisar a dinâmica e a sustentabilidade da cadeia de reciclagem de resíduos sólidos urbanos, inicialmente na região metropolitana de Belém e posteriormente em regiões estratégicas do estado, com o intuito de identificar possíveis soluções para estruturação e ampliação desse mercado na região.
O objetivo geral é traçar um panorama da gestão de resíduos sólidos urbanos no Pará, caracterizando o perfil dos municípios no que diz respeito ao manejo dos resíduos.
Analisar a dinâmica e a sustentabilidade da cadeia de reciclagem de resíduos sólidos urbanos inicialmente na região metropolitana de Belém, identificando as condições e relações de mercado estabelecidas entre os agentes sociais envolvidos e os gargalos e/ou oportunidades existentes para o fortalecimento e a evolução dessa cadeia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
O debate do tratamento, coleta e disposição do lixo urbano constitui componente central para construção de intervenção coerente do poder úblico sobre realidade tão complexa como a citadina. A intervenção pública necessariamente passa por três componentes neste caso: i) a construção do marco regulatório e/ou regulamentação do disposto em legislação nacional recentemente regulamentada pelo presidente Lula; ii) estruturação do esforço de integração entre municípios capaz de pensar e agir sobre as áreas de destinação e; iii) estabelecer as condições regulamentares das políticas de pagamento de serviços ambientais urbanos. O Seminário e a pesquisa que o Idesp desenvolve reveste-se de grande importância, a qual saudamos!
ResponderExcluir